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Piauí, 25 de abril de 2024
Polícia

MP denuncia advogado Marcus Vinícius por homicídio qualificado em acidente

Em dezembro de 2021, o advogado provocou uma colisão veicular no cruzamento entre as avenidas Higino Cunha e Odilon Araújo, em Teresina.


O advogado Marcus Vinicius de Queiroz Nogueira, envolvido em acidente que matou uma pessoa e deixou três pessoas feridas, entre elas, uma bebê de 8 meses, foi denunciado pelo Ministério Público do Piauí pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio, ambos duplamente qualificados.

O réu também foi denunciado pelo crime de tentativa de evasão do condutor do local do acidente, tipificado no Código de Trânsito Brasileiro. Para o Ministério Público, há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade delitiva.

“Consideradas as particularidades do evento em análise, especialmente a manifesta alcoolemia acentuada do acusado, associada à condução de veículo em alta velocidade e a desobediência à sinalização semafórica, têm-se, de maneira indubitável, a configuração de uma ação dolosa”, diz trecho da denúncia.

Na denúncia, os promotores de Justiça Márcio Giorgi Carcará Rocha, Silas Sereno Lopes e João Malato Neto, que constituem a comissão responsável pela elaboração da denúncia, pleiteiam o julgamento do réu perante o Tribunal do Júri, por entenderem que ele agiu com dolo eventual ao assumir o risco de produzir a morte de pessoas. 

Em dezembro de 2021, o advogado provocou uma colisão veicular no cruzamento entre as avenidas Higino Cunha e Odilon Araújo, em Teresina. Gravações obtidas por meio do circuito interno de segurança de um estabelecimento comercial mostraram que o membro da OAB ingeriu grande quantidade de bebida alcoólica pouco antes da ocorrência.

"Desconsiderando os apelos de amigos, ele assumiu a direção de seu veículo, conduzindo-o em velocidade elevada. Após desobedecer a sinalização semafórica no cruzamento das vias, atingiu um carro que transportava quatro pessoas: um homem de 53 anos, duas mulheres e uma criança de apenas oito meses de vida", destacou o MP em denúncia.

  

Raimundo Oliveira, que conduzia o veículo abalroado, faleceu no local, preso entre às ferragens. As duas mulheres, filhas da vítima fatal, além do perigo de morte, sofreram diversas lesões, sendo que uma delas teve fraturas no pé e na clavícula. O bebê sofreu trauma cranioencefálico e precisou ser submetido a procedimentos cirúrgicos.

Ainda de acordo com as evidências reunidas durante a investigação, o advogado deixou de prestar socorro às vítimas e tentou empreender fuga, mas foi contido por populares. Com a chegada da Polícia Militar, o acusado se recusou a fazer o teste de alcoolemia (bafômetro), embora apresentasse muitos sinais de embriaguez. Na época, o advogado chegou a pagar uma fiança de R$ 15 mil e foi solto pela justiça.


Os promotores de Justiça argumentaram que os crimes de homicídio e tentativa de homicídio foram qualificados pelo uso de recurso que tornou impossível a defesa das vítimas e pelo perigo comum provocado, já que o denunciado colocou em risco direto as vidas de todas as pessoas que transitavam pelas proximidades. Os representantes do Ministério Público indicam também o emprego de meio cruel, pois o réu teria agido com “padrões de brutalidade acima do comum, aumentando desnecessariamente o já intenso sofrimento das vítimas sobreviventes”.

Além do recebimento da denúncia, o Ministério Público requer ao Poder Judiciário a fixação de indenizações no montante de R$ 726 mil, a título de reparação mínima, em favor das vítimas sobreviventes, quando da eventual sentença condenatória.

Fonte: MPPI

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