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Piauí, 20 de maio de 2024
Reportagens Especiais

Artista de rua: a vida de Pablo Beltran no sinal fechado de Piripiri

Há 8 anos o malabarismo no sinal de trânsito tem sido sua fonte de renda.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Conheça a história de Pablo Beltrán, um artista de rua que trabalha nos semáforos de Piripiri e se tornou uma figura conhecida na cidade.
  • Com sua música e simpatia, Pablo encanta os motoristas que passam pelo sinal fechado, e sua arte é uma forma de sobrevivência em meio às dificuldades financeiras.
  • Apesar das dificuldades, Pablo é um exemplo de superação e dedicação à arte, e seu trabalho é um exemplo de como a cultura pode ser encontrada nos lugares mais simples.


Ao andarmos pela rua de cima, em Piripiri, é comum avistarmos algum tipo de apresentação artística acontecendo próximo aos semáforos. Esse é o caso do artista de rua Pablo Elias Beltran Erices, de 34 anos, que faz da faixa de pedestre o seu palco.

Pablo nasceu na cidade de Los Ángeles, no Chile. Aos 14 anos, ele saiu de casa e morou por alguns anos pelas ruas de Santiago, capital do Chile. Aos 21 anos, trabalhou como Sommelier (Garçom). Cansado da rotina e infeliz, descobriu que a vida poderia ser vivida de uma forma diferente. Então, aos 25 anos, decidiu sair em sua bicicleta e viajar o mundo. Antes de chegar ao Brasil, ele esteve em outros países, entre eles: Uruguai, Peru, Bolívia, Argentina e Paraguai.  

Há 8 anos o malabarismo no sinal de trânsito tem sido sua fonte de renda. Demonstrações de habilidade fazem parte do repertório de suas apresentações para conquistar os motoristas ou quem passe por perto. Durante as manhãs, na rua de cima, um dos sinais de trânsito da Avenida João Bandeira Monte se fecha por alguns minutos e indica uma oportunidade para Pablo fazer seu show. Com os seus objetos de malabarismo, sob o forte sol de Piripiri, ele se esforça para que os vidros dos carros se abaixem e a renda do dia seja garantida.

A rotina cansativa de trabalho não desmotiva o artista. Ele afirmou que levar o malabarismo para as ruas sempre foi uma vontade movida pelo amor à arte e pela necessidade de independência: "Sempre tive vontade de viajar o mundo e, graças a Deus, tenho esse dom e é de onde tiro o meu sustento para pagar as minhas despesas. É um trabalho independente, eu não tenho patrão e faço meus horários. São 30 segundos que eu tenho para fazer alegria das pessoas, das crianças que param no sinal", disse.

Apesar da alegria que sente em fazer seu trabalho, Pablo também falou sobre os riscos e dificuldades da profissão. "Tem o lado negativo também. O desgaste físico, a desvalorização e preconceitos por parte de algumas pessoas. Uma vez fui atropelado, tive alguns problemas de saúde em decorrência disso. Não é fácil, mas é o trabalho que eu gosto e preciso me manter", pontuou.

Aos finais de semana, Pablo disse que gosta de visitar o Açude Caldeirão. “Dizem que quem bebe a água do Caldeirão não vai mais embora. Eu gosto de Piripiri, das pessoas, e pretendo ficar aqui por mais tempo”, ressaltou. 

O artista falou que seu maior sonho é ver a sua profissão sendo valorizada. “Para algumas pessoas eu me torno invisível. Muitas vezes um bom dia, um aplauso, um sorriso valem muito mais que a grana (dinheiro)”, concluiu.

Caso alguém queira contribuir com o trabalho do artista segue a chave pix de sua companheira: 86 999835099 (Ana Maria Araújo Sousa).  

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